Quando a Linha do Douro começou a ser construída, em 1875, o comboio chegou à estação da Régua ao fim de quatro anos, em julho de 1879. Século e meio depois, a ida do primeiro comboio eléctrico demora mais tempo, apesar do progresso.
Inicialmente prevista para o final de 2019, a electrificação do troço Marco de Canaveses-Régua só deverá ficar concluída em 2027. A região está dividida; a gestora da via-férrea (IP - Infraestruturas de Portugal) apenas admite que os interessados estão a pedir esclarecimentos.
Os atrasos na electrificação do Marco-Régua penalizam ainda mais o calendário das obras seguintes: entre a Régua e o Pocinho e a reabertura do troço Pocinho-Barca d"Alva, prometida pela ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, e o ex-ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos.
A demora na empreitada também prejudica o turismo da região, que quer aproveitar as vistas do rio e das vinhas. "A CP tem a sua frota diesel no limite e torna-se complicado dar resposta aos picos de procura", avisa a Associação Vale d"Ouro (Entidade da Economia Social que actua na área cultural e social na Região do Douro, Beira Alta e Trás-os-Montes).
A electrificação da Linha do Douro no âmbito do Ferrovia 2020 fica-se, para já, pelo troço Caíde-Marco de Canaveses, concluída em julho de 2019. Está por instalar a sinalização eletrónica, que permitirá o cruzamento de comboios sem recorrer ao telefone do chefe de estação, como no século XIX.
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