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segunda-feira, 30 de outubro de 2023

Passe Ferroviário Nacional. PM disponível para debater alargamento.

 


O Primeiro-Ministro António Costa deu hoje abertura, para um possível alargamento do Passe Ferroviário Nacional a comboios interregionais e intercidades, após ter sido lançada a proposta pelo Deputado Rui Tavares neste primeiro dia de debate da proposta de Orçamento do Estado para 2024 na generalidade.

O Passe Ferroviário Nacional foi uma proposta de alteração ao Orçamento do Estado para 2023, aprovada pelo Governo. Este passe está à venda desde o dia 1 de julho, custa 49 euros por mês e pode ser adquirido nas bilheteiras da CP. No entanto, é válido apenas para os comboios regionais.

"Obviamente temos toda a disponibilidade e interesse em prosseguir o debate, que tem sido construtivo ao longo destes orçamentos consigo, designadamente relativamente à política de transportes públicos e à possibilidade de podermos ver em que medida é possível alargar as condições para a utilização de passes no conjunto dos transportes públicos", respondeu António Costa a Rui Tavares.

Actualmente, o Passe Ferroviário Nacional abrange pouco mais de 7% dos passageiros transportados pela CP. A restrição aos comboios regionais cria situações estranhas para quem queira viajar com este passe em zonas como a Linha do Douro, ou numa ida à Figueira da Foz.

sábado, 28 de outubro de 2023

A "Contradição": Comboios prejudicados em detrimento dos camiões.

 

Nos transportes, nomeadamente o segmento relacionado com a componente dos transportes rodoviários, possui um peso de aproximadamente 28% dos gases de estufa, e que a meta traçada de redução das emissões é de 45%. No nosso país, um único comboio consegue transportar 450 toneladas de mercadorias.

A nível rodoviário, para a mesma quantidade em matéria de comboio, são necessários 19 camiões, que neste momento é o transporte mais utilizado para as mercadorias. Por cada um desses camiões, são lançados para a atmosfera cerca de 20,37 kg de CO2 por quilómetro percorrido.

No entanto, está previsto para o próximo Orçamento de Estado que o valor das portagens para camiões irá baixar e as taxas de transporte por comboio irão aumentar, o que entra em contradição com a actuação de outros países membros da UE, que irão taxar as mercadorias com elevado peso carbónico, seja na produção seja no transporte, o que faz com que esteja em marcha, o inicio de uma alteração do actual paradigma. 

Um dos responsáveis da Medway, operador privado do segmento ferroviário que conta com uma frota de 69 locomotivas - 35 eléctricas e 34 diesel -, 2917 vagões e terminais logísticos, falou recentemente numa entrevista a um jornal do centro do país que  "os problemas mais urgentes a resolver no transporte de mercadorias por ferrovia em Portugal não se prendem com a bitola ibérica – distância entre carris inferior ao de, praticamente, toda a Europa -, mas com o tamanho das composições, que, devido à pequena dimensão das zonas de cruzamento, permitem 19 carruagens, em vez das 50 no restante continente, implicando mais custos de operação, menor rentabilização e menos mercadoria transportada.", afirmou Frederico Fialho, do departamento de Marketing da Medway.

Linha da Beira Alta ainda sem data de reabertura.

 

O Ministro das Infraestruturas, João Galamba não vai arriscar e dar uma data fixa sobre a reabertura da Linha da Beira Alta.

O Ministério das Infraestruturas recusa apresentar uma nova data para que os comboios voltem a circular entre a Pampilhosa e a Guarda. Os atrasos nas obras a cargo da Infraestruturas de Portugal (IP) sucedem-se e a CP, que põe os comboios a circular, teve de abrir um concurso para garantir autocarros de substituição pelo menos até ao final de agosto.

Quando a Linha da Beira Alta fechou para obras, em 19 de abril do ano passado, a IP estimou que os comboios voltariam aos carris em janeiro deste ano. No arranque de 2023, a gestora da rede ferroviária comunicou à CP e aos operadores de mercadorias (Medway e Captrain/Takargo) que a nova data de reabertura seria 12 de novembro.

Em 16 de maio, João Galamba reafirmou a data de reabertura prevista pela IP. "Estamos a fazer um esforço imenso em termos das nossas equipas e das equipas das quatro empreitadas que estão a correr. Estamos, de facto, comprometidos em reabrir a linha no dia 12 de novembro", afirmou o ministro, citado pela Lusa, após visitar as obras no sub-troço Mangualde-Celorico da Beira.

Ana Paula Vitorino: "Terceira travessia do Tejo tem de existir e tem de ser ferroviária"

 


Numa recente entrevista ao Dinheiro Vivo, a antiga Ministra do Mar e actual Presidente da AMT, falou sobre a questão da terceira travessia do Tejo, um projecto tantas vezes anunciado e outras tantas vezes adiado. A ex-governante mostrou a sua visão sobre a matéria:

"...a dita terceira travessia do Tejo, seja com a configuração que já existiu, seja com outra qualquer, tem de existir e tem de ser ferroviária. Isso tem de existir. Ou seja, não podemos estar a pensar o futuro do país em função do novo aeroporto. E uma terceira travessia do Tejo garante o norte-sul, as ligações norte-sul que não existem. Porque na Ponte 25 de Abril é uma ficção teórica pensar que podem passar comboios de mercadorias ou que podemos lá pôr muitos mais com transporte de passageiros. Temos de ter uma terceira travessia ferroviária. E depois, se também é ou não rodoviária, isto já dependerá de se a localização do novo aeroporto é na margem sul ou na margem norte. Diria que, como especialista em transportes e como presidente da AMT, é necessária uma nova travessia ferroviária do Tejo que garanta as ligações ferroviárias norte-sul a nível nacional, que garanta que as mercadorias possam ter um decréscimo substancial de custo, porque fazer vários quilómetros pelo interior do país para chegar ao sul não é, com certeza, vantajoso para a economia. E nem é sustentável do ponto de vista do transporte de mercadorias, assim como também não é sustentável no transporte de passageiros. Não podemos diminuir drasticamente o tempo de percurso nas ligações do Porto ao Algarve, de Setúbal a Viana do Castelo sem tornar a ferrovia competitiva, porque temos de tornar o nosso país competitivo também."

Elisa Ferreira defende o valorizar da ferrovia para ligar Norte do país à Galiza

 


De acordo com o ECO, a Comissária Europeia da Coesão e Reformas, Elisa Ferreira, defendeu uma valorização da ferrovia na Eurorregião Norte de Portugal - Galiza, para lhe dar “alguma consistência interna”, aproveitando as potencialidades da região.

 Afirmou que: “Por estrada a situação mudou completamente, com a nova ponte de atravessamento do rio Minho melhorou completamente, há outras dimensões que precisam de ser exploradas, e eu acho que a via férrea é algo que precisa de ser valorizado”.

Dando o seu próprio exemplo da viagem feita esta semana de Bruxelas para a Galiza, em que teve de aterrar no Porto e depois seguir de carro para o encontro anual Interreg (em Santiago de Compostela), bem como de outras que costuma fazer para o Porto, a comissária observou que nos voos “vêm imensos galegos que apanham um carro e vêm para a Galiza” por falta de alternativa.

“Continua a haver apoios para as grandes redes transeuropeias, neste caso há que equacionar também as ligações por comboio, por via férrea”, salientou a comissária, antiga ministra do Ambiente e do Planeamento. Elisa Ferreira assinalou que “neste momento, para fazer qualquer viagem em Espanha, em França ou em Itália, não se anda praticamente de avião, são as linhas férreas que estão a fazer isso”.

No caso regional de Portugal e da Galiza, Elisa Ferreira entende que “há necessidade de pensar, também, a Eurorregião […] de uma forma integrada e de uma forma a dar-lhe alguma consistência interna”, para que “toda a dinâmica e toda a potencialidade, mesmo industrial, económica, agrícola, marítima, piscatória que aqui existe, possa vingar num contexto europeu que, de facto, se vira cada vez mais para leste”.

“Há que pensar as coisas de alguma forma, estrategicamente”, observou, rejeitando a ideia de que “os fundos estruturais, depois de tantos anos de apoio, façam estradas”. “Está-se a tentar apoiar cada vez mais a investigação, a transferência de conhecimento para as empresas, a instalação de empresas mais viradas para a frente, mais tecnológicas”, vincou a comissária.

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Contentor verde da Medway segue viagem para Barcelos.

  


A exposição itinerante da MEDWAY “Mercadorias na Ferrovia” vai ser em Barcelos, a partir de amanhã e até dia 29 de outubro.

A iniciativa pretende sensibilizar a sociedade para práticas sustentáveis e, através de dinâmicas para toda a família, a MEDWAY apresenta aqueles que considera que são os passos para a sustentabilidade e o futuro no sector. 

Num fim de semana que incluirá actividades como pinturas faciais e truques de magia, a exposição no interior do contentor transmite mensagens de sensibilização ambiental acerca das vantagens da ferrovia e do transporte de mercadorias para as empresas, para o meio ambiente e, por consequência, para a sociedade em geral.

“Como operador logístico e ferroviário, sabemos que o nosso papel pode ser muito importante na contribuição para uma mobilidade e futuro mais sustentáveis. Ainda há um percurso a fazer no sentido de tornar o sector da mobilidade cada vez mais sustentável, mas consideramos fundamental promover este tipo de iniciativas, para sensibilizar a população e as empresas para um tema tão importante. Acreditamos que a educação ambiental contribui para escolhas cada vez mais amigas do planeta e para um futuro melhor”, afirmou Carlos Vasconcelos, Presidente do Conselho de Administração da MEDWAY.

Movimento critica criação de ecopista em vez de comboio na Linha do Vouga

Movimento Cívico pela Linha do Vouga volta a mostrar-se contra a Ecopista do Vouga, que foi recentemente inaugurada, e defende o regresso do comboio a Viseu.

Após a inauguração da Ecopista do Vouga, voltaram-se a ouvir vozes críticas contra a mesma. O MCLV - Movimento Cívico pela Linha do Vouga demonstrou mais uma vez a indignação perante o trajecto construído no lugar do antigo corredor ferroviário, defendendo a opção de fazer regressar o comboio a Viseu.

Para o Movimento, a Ecopista do Vouga é "a invasão de uma moda de circunstância e despesista, em total contradição com os objectivos nacionais de coesão territorial e descarbonização da economia”.

O MCLV também lembra que Viseu é a maior cidade europeia sem comboio. "Em 2024, Viseu será Cidade Europeia do Desporto, mas continuará a não ser servida pelo transporte ferroviário, embora se orgulhe de ter 'a maior ecopista da Península Ibérica', com mais de 120 quilómetros de extensão, construída precisamente em cima de dois canais ferroviários: os do Vouga e do Dão", referem os cidadãos.

O movimento criticou igualmente a forma como a Ecopista do Vouga foi desenvolvida ao longo dos anos, classificando- a como uma "circovia" e referindo que foram necessários "14 anos, 5,5 milhões€ e 6 inaugurações para que esta manta de retalhos sem qualquer tipo de planeamento ou estudo prévio tanto de utilização, como de reabertura à exploração ferroviária, fosse concluída".

Museu Ferroviário de Lousado celebra 167 anos da 1.ª viagem de comboio em Portugal



O Museu Nacional Ferroviário-Núcleo de Lousado, no concelho de Famalicão, celebra, este sábado, os 167 anos da 1ª viagem de comboio em Portugal.

Para assinalar esta data, terá lugar o 1º Ciclo de conferências sob o tema “Património Histórico Ferroviário – Evolução e Impacto Territorial”, por Hugo Silveira e Nestor Borges, com moderação de Rui Vilaça, a partir das 15:00.

Mais tarde, às 17:00, será inaugurada a exposição ” A Linha de Guimarães: De Trofa a Fafe”.

A entrada é livre.

O Museu Nacional Ferroviário-Núcleo de Lousado, no concelho de Famalicão, celebra, no dia 28 de outubro, os 167 anos da 1ª viagem de comboio em Portugal.

Para assinalar esta data, terá lugar o 1º Ciclo de conferências sob o tema “Património Histórico Ferroviário – Evolução e Impacto Territorial”, por Hugo Silveira e Nestor Borges, com moderação de Rui Vilaça, a partir das 15:00.

Mais tarde, às 17:00, será inaugurada a exposição ” A Linha de Guimarães: De Trofa a Fafe”.

Concurso para compra de 117 comboios está na fase final da adjudicação


O concurso de 819 milhões de euros para adquirir 117 novas automotoras elétricas pela CP, lançado em dezembro de 2021, está na fase final de adjudicação, revelou João Galamba, Ministro das Infraestruturas.

"Estamos na fase final da adjudicação do maior contrato de sempre de aquisição de comboios - são 117 -, e contamos fechar muito rapidamente", disse João Galamba, durante uma sessão sobre o ponto de situação da modernização da linha ferroviária do AAlgare.

O concurso aprovado pelo Governo em julho de 2021 e lançado em dezembro do mesmo ano, para a aquisição de 117 novas automotoras eléctricas pela CP -- Comboios de Portugal, num valor de 819 milhões de euros, o que, segundo o então ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, é a "maior compra de sempre" da operadora.

Na altura da aprovação em Conselho de Ministros, o Governo disse esperar que o primeiro comboio chegue em 2026 e que a totalidade das composições esteja em circulação em 2029.

"Com este investimento na infraestrutura e no material circulante, aquilo que queremos, de facto, é ultrapassar o abandono relativo da ferrovia durante muito tempo -- demasiado tempo -- e dotar o nosso país de um sistema moderno, fiável, seguro e não poluente", destacou João Galamba.

Reforçando a atenção que o Governo tem dado à ferrovia, depois de "muitos anos a não investir, a desinvestir na ferrovia", o ministro das Infraestruturas lembrou a intervenção em 1.000 quilómetros de linhas ferroviárias no continente, com electrificação de cerca de 500 quilómetros, "num investimento de cerca de 2.000 milhões de euros, que é para continuar e acelerar", apontou, sobre o plano de investimentos Ferrovia 2020.

Taxa nos comboios no porto de Sines pode pôr mais 60 mil camiões nas estradas


A aplicação de taxas sobre comboios no porto de Sines pode colocar “cerca de 50 a 60 mil camiões na estrada por ano”, de acordo com o  director executivo da APEF – Associação Portuguesa de Empresas Ferroviárias, Miguel Rebelo de Sousa.

Miguel Rebelo de Sousa remeteu para os cálculos da Administração do Porto de Sines (APS), que estima os custos para cerca de 60% do transporte ferroviário, considerando que pode “perder 40% do transporte ferroviário”.
“Se perder 40% do transporte ferroviário, isso significaria cerca de, grosso modo, dos 5.500, perder cerca de 2.200 ou 2.300 comboios ‘one-way’ para a rodovia. Se pensarmos que cada comboio equivale a 30 ou a 40 camiões, estamos a pôr mais cerca de 50 a 60 mil camiões na estrada por ano”, apontou o presidente da APEF numa audição na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação.

Na audição, no seguimento de um requerimento do PSD sobre o tema, o presidente da APEF criticou a aplicação desta taxa – que iria aplicar-se apenas ao transporte ferroviário – junto de um setor que “tem de ser competitivo” e que acaba por ir contra o “objetivo de descarbonização dos transportes”.

O responsável da associação que representa operadores ferroviários defendeu que o transporte ferroviário de mercadorias “contribui para a descarbonização de uma forma muito objectiva”, uma vez que, em média, “consome cerca de cinco vezes menos energia do que consome o transporte rodoviário” e emite “nove vezes menos emissões de dióxido de carbono que o transporte rodoviário”.

Assim, referiu que “não faz sentido esta taxa ser atribuída em exclusividade à ferrovia”, uma vez que um “camião que anda na estrada nacional não paga qualquer tipo de custo associado à utilização dessa infraestrutura”.

Miguel Rebelo de Sousa teme que a aplicação desta portagem acabe por se reflectir nos consumidores, uma vez que não serão as transportadoras a absorver o aumento dos custos de operação.

“Certamente que não ajuda nada à competitividade da economia nacional e à competitividade das exportações nacionais, porque corremos o risco também de, tendo em consideração que os operadores ferroviários não vão absorver estes custos, porque não é possível, os operadores ferroviários imputarem estes custos aos seus clientes”, alertou.

De igual forma, registou que os clientes, quando confrontados com os custos do transporte, possam olhar “para as alternativas que existem e escolherem outras alternativas à ferrovia em primeira instância, claramente, mas também ao Porto de Sines”.

quinta-feira, 19 de outubro de 2023

Medway com receio de "contágio" da taxa sobre comboios.


Foi ontem, na Assembleia da República, que o presidente do conselho de administração da Medway, Carlos Vasconcelos, afirmou que basta ser introduzida e aprovada a taxa sobre os comboios em Sines, para que os portos de Lisboa, de Setúbal e de Leixões apliquem igualmente uma taxa equivalente. 

Preocupação essa também demonstrada por Álvaro Fonseca, Director-Geral da Takargo, que também esteve presente numa audição, tendo afirmado que "Preocupa-nos que isto seja o princípio de uma política que depois se generalize aos portos nacionais", sendo que "esta prática gerenalizada a outros portos, nomeadamente Lisboa e Leixões, vai-se traduzir diretamente numa transferência modal para o camião", afirmando que " a distância e a disponibilidade de meios faz com que seja muito mais fácil a migração e vamos perder quota modal. Vamos ter muito mais camiões na estrada e ter uma política contrária aos milhões que estamos a investir na infraestrutura ferroviária". 

Álvaro Fonseca finalizou, afirmando que: "Vemos este tema como relevante, sobretudo pela política  seguida e pelo que pode significar como práticas também para outros portos a nível nacional e de tarifação que pode surgir para a ferrovia".

Carlos Vasconcelos na audição, lamentou que a taxa para a ferrovia tenha um aumento de 24% enquanto as portagens descem 30%, afirmando que "o país é um bocado esquizofrénico" quando o que se pretende é incentivar a transferência do transporte rodoviário para o ferroviário por questões de sustentabilidade ambiental.

Porto de Sines volta a querer taxar comboios: Desta vez, 95,5 euros.


A Administração do Porto de Sines regressa com a ideia de cobrar um valor por cada comboio.

A ideia, que não é nova, e já tinha surgido no início do ano, quando decidiu lançar uma taxa no valor de 158€ por cada comboio, com a justificação com os custos de exploração e manutenção do terminal.

Posteriormente em Maio, a AMT - Autoridade da Mobilidade e dos Transportes fez o bloqueio dessa intensão, por não ter sido “cabalmente demonstrada a conformidade técnica e legal do valor da referida tarifa, resultando que a mesma não é proporcional, por se afigurar não existir uma relação directa entre a utilização e os custos associados”. 

Fica no ar, a ideia de que existe um tratamento descriminado da ferrovia em relação à parte rodoviária, o que entra em contrasenso com a estratégia do governo de apostar fortemente na ferrovia.

terça-feira, 10 de outubro de 2023

Governo “conclui” perdão da dívida histórica da CP

O Governo “concluiu” a operação de saneamento da dívida da CP, que ascendia a 1,8 mil milhões de euros, anunciou o Ministério das Infraestruturas esta terça-feira, num comunicado. 

O perdão da dívida vai permitir à transportadora investir na melhoria do serviço, assegura.

O gabinete do ministro João Galamba refere que o despacho que “dá por concluída a operação de saneamento financeiro da CP” foi assinado na segunda-feira. “A CP será compensada pelas devidas subcompensações das obrigações de serviço público entre os anos de 2002 e 2019, de acordo com o previsto no Orçamento do Estado para 2023″, refere o Ministério.

A nota governamental sublinha que “esta operação é indispensável para que a CP tenha capacidade de investir na melhoria, modernização e expansão dos serviços”, permitindo ainda o “acesso ao financiamento para a aquisição de material circulante, em condições equiparadas a qualquer outra empresa”, refere o Executivo.

"Com esta operação, a CP ganha condições efetivas para cumprir as obrigações de serviço público contratualizadas com o Estado e competir no mercado de longo curso, que funciona em regime de concorrência ao abrigo das regras europeias”, acrescenta o comunicado do Ministério das Infraestruturas.

Porto de Leixões moderniza terminal ferroviário e ponte móvel por 38M€


Leixões irá ter uma verba de 38 milhões de euros provenientes do programa de fundos europeus Portugal 2030 para modernizar o seu terminal ferroviário e a ponte móvel, entre outros investimentos, disse à Lusa a administração portuária.

De acordo com a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) a questões da Lusa, dos 38 milhões de euros sinalizados no Plano Anual de Avisos do Portugal 2030, a administração portuária pretende promover “a modernização das vias portuárias do porto de Leixões, incluindo o reordenamento da circulação no acesso ao Terminal Ferroviário de Mercadorias de Leixões (TFML)”, bem como a “modernização” do mesmo TMFL.

O bolo total do Portugal 2030 para o porto de Leixões envolve investimentos “inseridos no Plano Nacional de Infraestruturas 2030, na Estratégia Nacional para o Mar (2021-2030) e Estratégia para o Aumento da Competitividade da Rede de Portos Comerciais do Continente — Horizonte 2026″, segundo a APDL.

sexta-feira, 6 de outubro de 2023

Questão do Carbono penaliza mercadorias pela falta de ferrovia.

 


As taxas sobre o carbono andam a aumentar, o que faz aumentar também as dificuldades nacionais no que concerne às mercadorias, devido ao facto de não existir desenhado um enorme e devidamente preparado hub ferroviário para contrapor estas medidas proteccionistas de Bruxelas.

Sendo um mundo, um mercado global, onde as discrepâncias a nível de custos, tanto de produção como de mão de obra são mensuráveis, taxas como a de carbono, quando aplicadas por exemplo, num ecossistema ferroviário, pode fazer pender a balança de forma negativa, nas decisões das empresas, como dos consumidores.

Apesar de alguns investimentos anunciados, e  outros detalhes concretizados no nosso país, a falta de ligação a destinos como a Madrid por exemplo, ou até à França, somos prejudicados devido a questão da “bitola ibérica”, mais estreita do que o padrão europeu, e que em parte nos isola do mercado europeu.

Este "calcanhar de aquiles", juntamente ( e principalmente), com a falta de uma infraestrutura ferroviária forte, capaz de dar capacidade de resposta, leva a enormes constrangimentos, como por exemplo no escoamento de mercadorias dos portos, ou para a organização logística de áreas como automóvel e dos plásticos. 

Tivesse sido a aposta passada no ferroviário, ao invés do rodoviário, não estaríamos certamente a passar as dificuldades actuais. Estamos muito atrasado em relação a parceiros/concorrentes,  e corremos claramente atrás do prejuízo.

A contínua aposta, não somente de "fazer por fazer", mas sim em ganhos de custos de gestão, de eficácia em proporcionar diferenças significativas, e de abrir a concorrência saudável e sustentável, ao invés de um modelo monopolista, é o caminho para recuperarmos tempo e potencializar o que este país produz.

terça-feira, 3 de outubro de 2023

Renfe escolhe Medway como parceira estratégica.


A subsidiária Medway ( Ligada à MSC -Mediterranean Shipping Company), foi escolhida, através da divisão logística Medlog, pela também subsidiária Renfe Mercancías, ( Ligada obviamente à Renfe), para ser a sua parceira estratégica. 

A escolha decorreu no seguimento de um concurso internacional, onde participaram também outras empresas como a Maersk e a CGA CGM dentro de uma shortlist.

A Renfe afirmou que esta parceria é parte fundamental de uma estratégia de sustentabilidade a longo prazo, ao mesmo tempo que tenta marcar um forte posicionamento nos portos.

A empresa espanhola faz a ressalva de que os 945 funcionários da Renfe Mercancías serão mantidos, com a possibilidade de assumir funções na nova entidade resultante da parceria ou em outras áreas dentro do grupo ferroviário. Apesar deste detalhe, os sindicatos do sector vêem esta decisão como uma  “privatização disfarçada” da empresa.

As negociações, (sem muitos detalhes), alegadamente inicialmente na criação de uma empresa em modo de joint venture 50:50 entre a Renfe Mercancías e a Medlog, cuja divisão de transporte ferroviário de mercadorias em Portugal, como já mencionado é a Medway. 

segunda-feira, 2 de outubro de 2023

Comboio Histórico do Douro tornou-se rentável pela primeira vez em 2023


O presidente da CP, Pedro Moreira, disse que o Comboio Histórico do Douro se tornou num produto turístico rentável pela primeira vez em 2023, salientando que nesta campanha a taxa de ocupação ronda os 90%.

A campanha 2023 do Comboio Histórico na Linha do Douro arrancou a 8 de julho e termina a 29 de outubro.

“Teremos uma rentabilidade superior a 180 mil euros, enquanto no ano passado houve um prejuízo superior a 30 mil euros”, especificou Pedro Moreira, que falava aos jornalistas à margem do seminário "O Turismo na procura pela Sustentabilidade e Inovação em Espaços Rurais", que decorreu no Peso da Régua, distrito de Vila Real.

Resultados positivos que, segundo explicou, decorrem de uma reformulação do produto turístico que “envolveu muito trabalho” das equipas internas da CP - Comboios de Portugal e das suas diferentes direcções desde a área das manutenções, operações, comercial e comunicações.

“Optimizaram este produto e passou a ser rentável e só com as viagens que vendemos até ao momento, o que nos indica é que teremos uma rentabilidade superior a 180 mil euros”, apontou.

O programa do Comboio Histórico do Douro arrancou no final da década de 90.

De acordo com o responsável, o comboio histórico foi sempre um produto deficitário, justificando que se trata de um serviço com custos elevados por causa da manutenção da locomotiva com 98 anos, exigindo muitos cuidados a nível da manutenção e uma equipa de maquinistas e técnicos da área da manutenção e engenharia.

A composição inclui a locomotiva a vapor e cinco carruagens de madeira, datadas do início do século XX, com 254 lugares.

“Conseguimos introduzir várias optimizações e tornamos, de facto, um produto que era deficitário num produto com uma rentabilidade que consideramos boa, comparativamente com o que tínhamos nos anos anteriores”, salientou.

A campanha 2023 inclui três viagens por semana, tendo-se introduzido uma viagem à quarta-feira, para além das já habitualmente realizadas aos sábados e domingos.

“O balanço desta campanha do Comboio Histórico do Douro é muito positivo”, apontou o presidente da CP.

Pedro Moreira disse que a taxa de ocupação, incluindo já as viagens até ao final de outubro, anda na “ordem dos 98,7%”.

“Já vendemos praticamente todas as viagens”, apontou.

O comboio percorre o Património Mundial da UNESCO, entre as estações do Peso da Régua (distrito de Vila Real) e a do Tua (distrito de Bragança), com paragem na vila do Pinhão (Alijó).

Este ano foi feita uma parceria com os municípios do Peso da Régua, Alijó e Carrazeda de Ansiães, no âmbito da qual, e para promover a região, a bordo do comboio são oferecidos produtos como cálices de vinho do Porto ou moscatel de Favaios, bem como doces tradicionais.

Comboio elétrico só vai chegar à Régua em 2027


Quando a Linha do Douro começou a ser construída, em 1875, o comboio chegou à estação da Régua ao fim de quatro anos, em julho de 1879. Século e meio depois, a ida do primeiro comboio eléctrico demora mais tempo, apesar do progresso. 

Inicialmente prevista para o final de 2019, a electrificação do troço Marco de Canaveses-Régua só deverá ficar concluída em 2027. A região está dividida; a gestora da via-férrea (IP - Infraestruturas de Portugal) apenas admite que os interessados estão a pedir esclarecimentos.

Os atrasos na electrificação do Marco-Régua penalizam ainda mais o calendário das obras seguintes: entre a Régua e o Pocinho e a reabertura do troço Pocinho-Barca d"Alva, prometida pela ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, e o ex-ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos.

A demora na empreitada também prejudica o turismo da região, que quer aproveitar as vistas do rio e das vinhas. "A CP tem a sua frota diesel no limite e torna-se complicado dar resposta aos picos de procura", avisa a Associação Vale d"Ouro (Entidade da Economia Social que actua na área cultural e social na Região do Douro, Beira Alta e Trás-os-Montes).

A electrificação da Linha do Douro no âmbito do Ferrovia 2020 fica-se, para já, pelo troço Caíde-Marco de Canaveses, concluída em julho de 2019. Está por instalar a sinalização eletrónica, que permitirá o cruzamento de comboios sem recorrer ao telefone do chefe de estação, como no século XIX.

Terceira via sobre o Tejo com parte ferroviária.

O Governo decidiu construir a ponte que fará a terceira travessia do Tejo em Lisboa (TTT) entre Chelas e o Barreiro. A ponte será simultanea...