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sábado, 9 de dezembro de 2023

Morre uma pessoa todas as semanas na ferrovia



Todas as semanas, Portugal regista uma morte na ferrovia por acidente ou suicídio, encontrando-se na segunda pior posição dos países da União Europeia por fatalidades por milhão de quilómetros percorridos por comboios, segundo dados da Agência Ferroviária da União Europeia citados pelo Jornal de Notícias.

Segundo os mesmos dados, que foram divulgados também num relatório do grupo de trabalho para a prevenção de colhidas e suicídio na ferrovia portuguesa, no estudo foram analisados as ocorrências registadas entre 2016 e 2021, período em que houve um total de 155 colhidas e 235 suicídios ou tentativas na ferrovia. 

O relatório diz ainda que o número elevado "coloca Portugal numa situação especialmente gravosa no quadro europeu". 

Ao JN, o Ministério das Infraestruturas diz estar atento ao problema e que a resposta passou pela criação do grupo de trabalho para abordar esta temática, assim como suprimir as passagens de nível "com o objectivo de implementação de uma cultura de segurança do transporte ferroviário".

Nova linha ferroviária vai aumentar a competitividade do Porto de Sines


Segundo avança a SIC Notícias, a ligação ferroviária do Litoral Alentejano até Espanha vai estar concluída no primeiro semestre do próximo ano. É o maior projecto na ferroviária nos últimos 100 anos e vai aumentar a capacidade e a competitividade do Porto de Sines.

São 90 quilómetros de uma nova linha que atravessa as quintas e o montado alentejano. Por lá trabalha-se a um ritmo acelerado para concluir este troço entre Évora e Elvas.

Esta é a única linha construída de raiz, inserida no Corredor Internacional Sul, que vai permitir ligar, mais rapidamente, os portos portugueses e a cidade de Lisboa a Espanha.

Vai duplicar a capacidade e diminuir o tempo da viagem. De Sines, que tem o porto mais importante do país, o percurso será reduzido em 140 quilómetros até Espanha. Ou seja, em tempo, serão menos três horas e meia.

Por outro lado, vai aumentar a competitividade, diminuir o tempo de transporte de mercadorias e os custos em 50%. São vantagens que o Porto de Sines quer aproveitar e são já várias as expansões e investimentos feitos a contar com esta nova Linha Ferroviária.

Ao longo dos últimos oito anos, a obra da Infraestruturas de Portugal sofreu atrasos, por várias questões, destacando-se a pressão que se fez sentir na indústria da construção como efeito da crise de 2008 até 2011.

A conclusão da obra está prevista para o final do primeiro semestre do próximo ano. Mas isto não significa que os comboios comecem a circular logo a seguir, uma vez que depois vai ser preciso fazer testes complexos, que vão demorar. É provável que só em 2025 é que o Alentejo irá ver os comboios a passar a grande velocidade.

sábado, 2 de dezembro de 2023

Trocar avião por comboio em viagens de trabalho pode reduzir emissões até 90%

 


As viagens de trabalho representam entre 15% a 20% do tráfego aéreo global, que continua em franca expansão. No espaço europeu, as deslocações laborais por avião continuam a ser muito comuns, apesar de existirem ligações ferroviárias entre algumas capitais da UE. Há inegáveis ganhos de tempo face à alternativa ferroviária, mas a pegada carbónica destas viagens aéreas regulares tem consequências que já não podem continuar a ser subestimadas numa era de emergência climática. Sobretudo quando escasseia o tempo para impedir o aquecimento da temperatura do Planeta em mais de 1,5 graus.

Um novo estudo da organização ambientalista Transport & Environment indica que trocar o avião pelo comboio em algumas rotas de grande procura, como Londres-Amesterdão, resultaria numa redução de 93% das emissões de gases com efeito de estufa. Mas os dados do mesmo estudo também revelam serem muito poucas as companhias a integrar o comboio na sua política de viagens.

Se o fizessem, o ambiente poderia ser bem diferente. De acordo com aquela análise, a redução de emissões seria da ordem dos 88% numa viagem Madrid-Londres, 86% no caso de Paris-Roma, 97% numa viagem Paris-Nice ou 79% entre Frankfurt e Berlim. Já entre Nova Iorque e Washington a redução de emissões de co2 alcançaria os 92%, se a deslocação fosse por via-férrea em vez de aérea. São exemplos que espelham o impacto dramático que a simples escolha do meio de transporte pode ter no clima.

Passe ferroviário alargado a comboios urbanos, inter-regionais e intercidades

 


O Governo aprovou a proposta de alargamento do passe ferroviário nacional aos comboios urbanos, interregionais e intercidades em determinados trajectos. Até ao final do primeiro semestre de 2024, a medida irá estar completamente funcional

Desta forma, mais portugueses vão ter acesso ao serviço de 49€. Este título é carregado sempre em cartão CP, tem validade mensal e está à venda a partir do dia 21 do mês anterior para o qual é válido.

O novo título de transporte entrou em vigor a 1 de agosto, durante a Jornada Mundial da Juventude. Desde então, pode ser utilizado em “qualquer comboio regional, independentemente da origem, do destino e do horário”. Porém, ainda não estavam contempladas todas as modalidades.

Com o alargamento aos comboios urbanos e intercidades, o passe passa a abranger as rotas Viana do Castelo — Barcelos —Famalicão —Braga; Famalicão — Trofa — Santo Tirso — Guimarães; Coimbra — Figueira da Foz; Castelo Branco — Fundão — Covilhã — Guarda; Beja — Casa Branca — Évora e Tunes — Loulé —Faro.

“Este novo recurso disponibiliza aos cidadãos portugueses a possibilidade de viajarem, sem limitações de horários ou restrições de períodos de alta procura, oferecendo assim uma opção de transporte económica e ambientalmente amigável, permitindo aos titulares do passe uma locomoção conveniente e flexível em todo o país”, adianta a empresa.

A proposta foi aprovada em novembro de 2022. Porém, só em fevereiro deste ano é que o Ministério das Infraestruturas se comprometeu a torná-la numa das “principais prioridades políticas” até ao final do primeiro semestre.

Além desta projecção, o executivo prevê novos diálogos para a revisão e actualização do contrato de serviço público, compensado a CP pela “pela perda de receita e do aumento do custo operacional em virtude do alargamento do Passe Ferroviário Nacional”, lê-se na proposta.

Maior compra de sempre em comboios pela CP.

 


É sem dúvida o maior investimento de sempre da CP. Mais de 800 milhões de euros, destinados à construção de 117 comboios até 2029. A CP, entidade pública que tem como único acionista o Estado e que está sujeita à tutela do Governo, sublinha que “é uma empresa íntegra” e que “o processo foi conduzido com total transparência e integridade”

 “A preparação técnica do concurso foi meticulosa, culminando no seu anúncio em dezembro de 2021 e na subsequente avaliação das propostas. O anúncio dos resultados é o culminar desse processo longo, rigoroso e necessário”, refere a CP.

O vencedor do concurso público foi um consórcio que junta a portuguesa Domingos da Silva Teixeira e a francesa Alstom, uma das maiores construtoras ferroviárias do mundo a atravessar actualmente uma fase de maior aperto, sendo que, no mês passado, anunciou um plano para despedir 1.500 trabalhadores.

A CP afirmou que a "Alstom cumpriu todos os critérios de capacidade financeira exigidos pelo concurso". No seu grande total, são 117 novos comboios: os primeiros 17 serão montados em Espanha e os restantes 100 em Portugal, numa fábrica que vai ainda ser construída pelo consórcio vencedor do concurso.

O investimento nos novos comboios tem como destino os serviços Urbano e Regional, não estando contemplada neste concurso a compra para longo prazo.

Problemas na Linha do Minho após intervenção de 83M€

A Linha do Minho andou em obras durante praticamente 6 anos e meio. Os principais objectivos deste investimento era promover a troca do comboios que funcionavam a diesel por eléctricos, numa opção mais sustentável, impor a sinalização electrónica e introduzir uma uniformização das plataformas das respectivas estações. O investimento total chegou aos 83,2 milhões de euros da IP - Infraestruturas de Portugal (IP), sendo que dois terços deste investimento tinham origem dos fundos europeus. Após todo este tempo, as melhorias não se reflectem em resultados, e tantos passageiros como empresas do segmento de transporte de mercadorias, não estão satisfeitos.

A acumulação de diversas situações e falhas penaliza a pontualidade do serviço e complica a vida dos utentes que usam apenas a Linha do Minho ou que dela dependem para outros serviços da CP a partir das estações de Nine, Ermesinde e Porto-Campanhã

Além do serviço aos passageiros, as obras na Linha do Minho serviram, sobretudo, para mais do que triplicar a capacidade do serviço de mercadorias, de 15 comboios de 300 metros de comprimento para 20 serviços de 750 metros. No entanto, a realidade está longe da projecção: "Não foi possível ainda nem aumentar o comprimento dos comboios nem o número de circulações diárias", lamenta o director executivo da Associação Portuguesa de Empresas Ferroviárias (APEF), que representa a Medway e a Captrain/Takargo.

Terceira via sobre o Tejo com parte ferroviária.

O Governo decidiu construir a ponte que fará a terceira travessia do Tejo em Lisboa (TTT) entre Chelas e o Barreiro. A ponte será simultanea...